Nossa reportagem visitou o escritório da Agência Enken, em São Paulo, nesta segunda-feira (10) e testamos o Pixel Rift, jogo desenvolvido para o Oculus Rift pela brasileira Ana Ribeiro. Ela abandonou sua carreira de funcionária pública no Maranhão, onde vendia empadas, para aprender e criar games no Reino Unido. O jogo foi instalado em um Development Kit 2 (DK2) do Rift e teve que ser ajustado como extensão de uma tela de um PC Windows para funcionar com perfeição. Apesar desses ajustes, a ideia de Ana surpreende muito ao vivo. No Brasil, a Enken pretende ajudar no desenvolvimento e no aprimoramento do mercado de games publicitário (advergames) e de software voltado para a realidade virtual em aparelhos como o Rift.
Demo de uma única fase
A versão disponível até o momento em Pixel Rift possui apenas uma fase, que ocorre em 1989. No menu do game, você controla uma menina ainda criança, para selecionar as missões. Uma vez escolhida, a garota cresce e você se vê dentro de uma sala de aula.
Você está com um aparelho similar a um Game Boy escondido na parte inferior da sua carteira. A professora dá uma aula e repreende severamente os alunos desatentos, inclusive você. Na pele da menina, você pode utilizar um canudo para tirar bolinhas de papel na professora ou nos colegas, simplesmente olhando para o lado direito da tela. Há pessoas na sua frente, em fileiras, e atrás. O som é alto e envolvente, com nuances que realmente remetem à infância. A voz da professora é mais estridente e irritante.
Tente jogar o Game Boy simplesmente olhando para baixo quando a professora não estiver vendo. Quando você fizer isso, o game de verdade começa em Pixel Rift.
Dois jogos dentro de um
O videogame portátil mostra um jogo chamado Pixel Rift em que você controla uma heroína similar a Mega Man e Metroid. Seus comandos são correr, saltar e disparar tiros com o canhão de seu braço. Derrube dois robos gigantes e ande para a direita no ambiente 2D similar a um jogo retrô. Um grande chefão se aproxima. O jogo funciona melhor em controles de mão.
Se você fizer tudo certo, o game sairá da telinha e vai ocupar a sua carteira na sala de aula. Surgirá, diante de sua heroína, um dragão alado impossível de ser derrotado. Ele só pode ser derrubado de uma maneira: Atirando as bolinhas de papel que você jogava na professora ou nos colegas. Acerte o dragão com as bolinhas e ele cairá. Com ele no chão, sua heroína digital precisar atirar nele com seu canhão até que se esgotem os pontos de vida.
Caso você derrote o chefão, os gráficos de Pixel Rift serão melhorados assim como evoluíram os consoles de videogames na vida de Ana Ribeiro e na nossa. Somos a “Geração Gamer” que viu os jogos digitais evoluírem de pixels grosseiros até jogos bem mais complexos.
Um jogo que homenageia a cultura dos videogames
Pixel Rift é simples e carrega complexidades próprias. Ao invés de criar um protagonista homem padronizado, utilizando-se de arquétipos mais consolidados, Ana Ribeiro optou por criar uma heroína baseada em si mesma, embora ela ainda seja muito parecida com Samus Aran. O enredo principal do game não é o da garotinha na escola, mas sim o jogo digital que vai evoluindo com a passagem do tempo, segundo sua criadora. Para quem viu Atari, NES e Nintendo 64, o game brasileiro literalmente te teletransporta para reviver experiências. Quando eu consegui mover o personagem dentro do Game Boy, a minha pele arrepiou na hora, por pura nostalgia. É uma grande homenagem original.
Notas
– Gráficos: 9
– Som: 8,5
– Jogabilidade: 9
– Replay: 10
– Nota final: 9,2
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