Reportagem

O que foi, afinal de contas, o “pavilhão indie” na Brasil Game Show?

Em junho deste ano, o organizador da Brasil Game Show 2014, Marcelo Tavares, revelou que o evento teria um “pavilhão indie” de estandes para desenvolvedores brasileiros. O criador da feira pediu que os interessados entrassem em contato diretamente com ele para acertar valores. No círculo dos desenvolvedores independentes, correu um boato de que os valores de aluguel estava entre R$ 3 mil e R$ 4 mil para um espaço de menos de 10 metros quadrados – 4 m², para ser mais exato. A Vortex Game Studios confirmou com a BGS um preço de R$ 3 mil, com possibilidade de parcelamento. Outros estúdios, como a JoyMasher de Manaus, não foram para a BGS devido a este custo mais o investimento em hospedagem e transporte na cidade de São Paulo, que é tradicionalmente custosa.

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O pavilhão indie deu certo?

O evento ocorreu entre os dias 8 e 12 de outubro no Expo Center Norte. Pelos números apresentados inicialmente por Marcelo Tavares, podemos dizer que o pavilhão não deu certo. O criador da BGS esperava reunir 14 empresas com estandes próprios dentro do maior evento de games da América Latina. No entanto, não foi exatamente isso que aconteceu.

Toren, do estúdio gaúcho Swordtales, estava lá, assim como Aritana e a Pena da Harpia, do estúdio Duaik Entretenimento, que chegou a aparecer no Jornal Nacional da TV Globo, conseguindo uma grande exposição. O “jogo brasileiro triple A” Projeto ApocalipZ também estava com espaço próprio. Outro game nacional presente com estande próprio foi Shine, além de jogos da Reload Game Studio, como Chessecake Cool Conrad e Get Over Here, cujo título foi inspirado na frase de Scorpion do Mortal Kombat.

Além dessas desenvolvedoras, foi possível conferir games que não estavam oficialmente na feira dentro do espaço da loja ThinPlay, da ThinKkers, que começou suas atividades na Brasil Game Show e praticamente deu uma aula sobre mercado brasileiro para quem não conhecia absolutamente nada no local.

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Além dos estandes próprios de brasileiros que estavam nos fundos do evento, Ninjin, da Pocket Trap, e Chroma Squad, do Behold Studios, tiveram espaços próprios no estande da Sony, conseguindo uma exposição acima da média ao lado de jogos como The Order 1886 e Driveclub. Desenvolvedores como Marcos Venturelli, Saulo Camarotti e Betu Souza tiveram a oportunidade de expor seu game de super sentais (personagens parecidos com Power Rangers) no estande da gigante japonesa criadora do PlayStation. Este foi o pavilhão indie que deu mais certo na BGS.

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Mas nem de longe chegou em 14 empresas prometidas anteriormente. Haviam sete companhias brasileiras, pelas minhas contas. Foram vistos também executivos de outros grupos, como Ratto, Insane, Insígnia, Flux e Gilp. Outra empresa, a IMGNATION, exibiu o primeiro game brasileiro feito para o óculos de realidade virtual Gear VR, da Samsung, sem o auxílio de estande nenhum.

Dá pra melhorar?

É obvio que é possível melhorar, tanto se a BGS oferecer preços mais compatíveis com o tamanho  e a renda das empresas brasileiras, que são médias e pequenas, quanto se elas marcarem maior presença no evento. Um dos pontos positivos é que cosplayers de personagens dos jogos brasileiros apareceram no evento, como a Moonchild de Toren e o próprio Fausto de Soul Gambler, do Tlön Studios. As pessoas contribuíram para divulgar a cena brasileira de jogos.

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Os games brasileiros já estão sendo encarados com mais valor e como uma oportunidade para revelar novos talentos. A Brasil Game Show neste ano deu um passo importante para reconhecer a produção nacional, os reais indies. Falta agora corrigir as prováveis falhas com as experiências que tivemos neste ano. E, com um público que só cresce, de 150 mil em 2013 para 250 mil em 2014, a BGS tem tudo para fazer mudanças substanciais positivas na futura edição do evento.

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10 comentários sobre “O que foi, afinal de contas, o “pavilhão indie” na Brasil Game Show?

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