Reportagem

EXCLUSIVO: BNDES é exemplo de avanço em políticas públicas para games, diz pesquisa

O jornalista e mestre em comunicação Pedro Santoro Zambon, da UNESP da cidade de Bauru, divulgou com exclusividade ao Geração Gamer sua pesquisa de mestrado com o título “Entrando na partida: A formulação de políticas públicas de comunicação e cultura para jogos digitais no Brasil entre 2003 e 2014”. O levantamento do pesquisador leva em conta os anos entre os dois governos de Luiz Inácio Lula da Silva e um de sua sucessora, Dilma Rousseff, ambos do Partidos dos Trabalhadores (PT). Os dados referem-se ao período entre 2003 e 2014.

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Foto: Arquivo Pessoal


O mestrado foi aprovado no mês de agosto pelos professores e doutores Juliano Maurício de Carvalho, Maria Eugenia Porem e Cristiano Pereira Pinheiro. No exame dos dados, Pedro concluiu que muitas iniciativas de fomento da cena brasileira de jogos digitais através de políticas públicas não funcionam ou não são corretamente monitoradas. No entanto, determinadas instituições tiveram êxito em suas iniciativas para financiar ou incentivar a criação de jogos no Brasil.

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

“Não se pode, contudo, ignorar os diversos avanços realizados. A atuação do BNDES, financiando estudos, reestruturando programas, consultando acadêmicos, grupos de interesse e setores da cadeia produtiva, apresenta este campo como promissor. O Ministério das Comunicações, que a partir de 2011 ampliou seu escopo de atuação, abarcando também uma política para conteúdos digitais criativos, mostrou-se eficaz dentro de seu âmbito de atuação. Já a Apex-Brasil, em sua parceria e estreita relação com a ABRAGAMES, consolida no Brazilian Game Developers, uma das poucas iniciativas estruturadas especificamente para o setor produtivo de jogos digitais”, afirma a pesquisa em suas conclusões.

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Foto: Reprodução

Para Pedro, entre as principais associações que representam a mídia no Brasil, a atuação da ABRAGAMES se focou no fomento do desenvolvimento, enquanto a ACIGAMES mantém ainda uma briga com os governos federal e locais pela redução de impostos. O pesquisador entrevistou James Görgen do Ministério da Cultura, Roberto Lima da ANCINE, Alexandre Machado de Sá da ABRAGAMES e Moacyr Alves da ACIGAMES, entre outros nomes.

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Foto: Reprodução

Editais como BRGames e JogosBR, entre outros, promovem o incentivo à indústria de jogos nacional, mas sem uma monitoria precisa ou um impacto real de suas iniciativas que se reproduz em um mercado amorfo e sem a consolidação necessária. Apesar disso, o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) aparece como uma entidade com boas iniciativas tanto para pesquisa quanto para criação de games.

E o trabalho, por fim, sugere uma forma de integrar o governo e as iniciativas existentes à evolução da cena no Brasil: “Um meio de superar a resistência em tais espaços tradicionais, que dificultam a inclusão dos games em posição de centralidade da agenda política, é a criação de uma comissão Interministerial permanente, autogerida, que possa formular políticas mais amplas, agregando ministérios que já possuem abertura para o setor, como MinC, MDIC, MiniCom e MCTI, podendo somar-se o MEC, o Ministério do Planejamento e o Ministério da Saúde, cujo setor é grande consumidor de simuladores e afins. O Ministério das Comunicações, na gestão da Política Nacional para Conteúdos Digitais Criativos, pode configurar-se, para além do Ministério da Cultura, como um líder natural deste processo”.

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3 comentários sobre “EXCLUSIVO: BNDES é exemplo de avanço em políticas públicas para games, diz pesquisa

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