Entrevista

“A influência de Metal Gear Solid em RUN veio de mim”, diz desenvolvedor de game sobre esquizofrenia

A esquizofrenia é um transtorno psíquico grave que pode provocar delírios, inclusive visões de pessoas e situações que não existem. Este é o tema do game brasileiro  RUN, desenvolvido pela Torch Games de São Paulo. No game, você controla o ex-agente Isaac Wain que sofre do transtorno e é acusado de matar sua mulher e filha. O jogador deve tentar fugir da prisão escondendo-se dos guardas, no estilo espionagem invisível da saga Metal Gear Solid do japonês Hideo Kojima. Para comentar o game, Geração Gamer entrevistou o desenvolvedor e presidente da empresa Julio Trasferetti, que tem apenas 20 anos e estuda ciências da computação na Univeridade de São Paulo (USP).

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O game RUN foi anunciado durante a Game Developers Conference (GDC) 2015, que ocorreu entre os dias 2 e 6 de março, para os consoles PlayStation 4 (PS4), da Sony, e Xbox One (XONE), da Microsoft. O lançamento ganhou atenção na feira que é realizada tradicionalmente em São Francisco, nos Estados Unidos.

Confira as respostas de Julio às nossas perguntas.

A influência de Hideo Kojima e do jogo Metal Gear Solid vieram de você?

Sim, vieram de mim. Eu sempre fui um fã da saga, desde os primeiros títulos, apesar de eu não ter nem nascido na época, eu sempre fui curioso e busquei jogar todos os games. Mas todos nós da Torch Games gostamos muito de Metal Gear e respeitamos muito o trabalho do senhor Kojima.

O jogo brasileiro RUN, apresentado na GDC 2015, e Metal Gear Solid, do primeiro PlayStation

O jogo brasileiro RUN, apresentado na GDC 2015, e Metal Gear Solid, do primeiro PlayStation

Em que estágio está o game RUN? Quantas pessoas estiveram envolvidas na produção?

O RUN ainda está em desenvolvimento. Eu comecei sozinho o projeto em abril de 2014 e completei a equipe em junho. Foi naquele mês que o desenvolvimento iniciou de verdade. Hoje somos um equipe de sete pessoas, incluindo eu, Daniel Zaidan (18 anos), Braden Parkes (22), Béla Szábo (27), Thomas Frost (24), Sara Naji (21) e Alexander Nestoratos (22).

Como foi o anúncio do lançamento para PS4 e XONE durante a GDC?

Tivemos um feedback muito positivo dos que puderam jogar lá. Pessoal estava muito animado pra ver mais um título indie chegando para os grandes consoles. Alguns brasileiros estavam por lá e eu pude mostrar o jogo. Também obtivemos críticas ótimas! Recebemos um suporte muito bacana da Sony e da Microsoft, o que vai nos ajudar ainda mais no desenvolvimento.

O jogo terá muitas alterações nos consoles?

Não pretendemos fazer alterações que diferencie uma versão da outra. Queremos que o jogador tenha a mesma experiência em todas as plataformas. Claro que os controles vão mudar, mas o jogo em si não. Foi pensado originalmente para o PC, utilizando mouse e teclado. Porém, conseguimos fazer uma adaptação pros controles que ficou, na opinião de algumas pessoas, ainda melhor.

Quais foram os maiores desafios do projeto? E os momentos de maior satisfação?

O maior desafio é terminar um projeto em si sem dinheiro no bolso, sem publisher ou investidor. Todos nós temos trabalhos e estudos por fora, o que acaba atrasando o desenvolvimento em si. Mas nunca pensamos em desistir.  O momento de maior satisfação foram quando conseguimos fechar contrato para lançamento no PS4 e Xbox One. Isso foi um sonho realizado. Além de ver várias pessoas apoiando o nosso projeto e mandando feedback. Recebo várias mensagens de motivação, o que me ajuda muito no dia-a-dia a continuar trabalhando mais e mais.

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