O pequeno estúdio Beta2Games criou um jogo 2D para apresentar seus trabalhos no formato de site. O lançamento do material foi no final de 2014 e eles levaram oito meses no processo, que incluiu inserir uma trilha-sonora de cordas ao fundo e possui uma brincadeira com o personagem Big Boss da saga Metal Gear de Hideo Kojima. Para entender melhor a mensagem que eles quiseram passar, o site Geração Gamer entrevistou Eduardo Porciúncula Rego (28), Diego Sá (27) e Diogo Dornelles (24) que trabalham na startup do Rio Grande do Sul. Confira.
Por qual razão a Beta2Games lançou um site jogável? Quem teve a ideia? Como foi o desenvolvimento deste projeto?
Os três respondem: Nós queríamos que as pessoas que entrassem no nosso site tivessem um motivo para navegar por todo ele. Por conta disso, fizemos o site jogável e achamos que dessa maneira as pessoas teriam um incentivo maior para conhecer o nosso trabalho. Tivemos a ideia em conjunto e sempre sentamos e discutimos as opções até chegar em uma solução que pareça interessante para todos nós.
O desenvolvimento do Beta Dungeon foi interessante, porque nós descobrimos muita coisa durante a produção dele. E conseguimos entender como funciona o processo de execução de um projeto mais complexo. Também aprendemos a utilizar de maneira eficiente nossas habilidades individuais trabalhando em conjunto.
Organizamos e dividimos as tarefas de maneira distinta.
Diego ficou com os cenários e elementos, Eduardo ficou com a programação e com outra parte do cenário, enquanto o Diogo ficou com a animação do personagem. Por fim, contratamos um músico freelancer para desenvolver a trilha sonora.
Quais outros jogos vocês lançaram na cena brasileira dos videogames?
Os três respondem: Viemos originalmente da publicidade e tivemos mais contato profissional com a arte para este segmento do que com os jogos em si. Alguns de nós participaram do jogo “Vivendo e Aprendendo”, feito para a Icatu Seguros. Este foi sim um game de verdade.
Então, está sendo uma grande aventura deixar para trás a nossa zona de conforto para correr atrás do que nós realmente queremos.
Incluindo nosso site jogável, temos ao todo dois games em catálogo. O outro título é um pequeno jogo para celular chamado Kingdoms 4 War. Este foi nosso primeiro teste e funciona na plataforma Android.
Qual é a impressão de vocês sobre a cena nacional?
Os três respondem: A cena nacional anda fervilhando nos últimos anos, tem muita gente boa com projetos muito interessantes. Toda essa visibilidade unida com a simplificação da programação que as engines atuais oferecem acaba por nos incentivar muito a começar. Equipes como as do MiniBoss, Swordtales, Behold Studios e a Aquiris nos mostram como existe espaço para trabalhar em muitas plataformas diferentes.
Há alguns anos atrás o único caminho que se via era fazer jogos para mobile e hoje existem muito mais possibilidades para serem trilhadas.
Os eventos para desenvolvedores apareceram e ganharam destaque nos últimos anos, como a SBGames, a Dash Games ou a BIG. Novos espaços em feiras como as Comic Cons também dão mais visibilidade para os jogos. É uma ótima época para quem pretende trabalhar com games.
Quais são as apostas de vocês no futuro dos jogos?
Os três respondem: Estamos apostando na distribuição digital e outsource (captação externa) de arte e animação para empresas independentes. Atualmente estamos na pré-produção de um jogo próprio que mistura a jogabilidade de alguns de nossos games preferidos, como Alundra e Castlevania. É um ambiente de conflito político e escassez de recursos em que vamos explorar bastante a história do cenário. Por conta de que somos especializados especificamente na parte de arte e animação.
Aproveitando a oportunidade, como vocês começaram com os games? Quais são os jogos favoritos de vocês?
Eduardo: Comecei a jogar com o bom e velho Master System com Phantasy Star. Acho que na época devia ter uns quatro anos. Meus jogos favoritos são Metal Gear Solid 3, Bioshock Infinite e uma porção de RPGs dos anos 90 e dos 2000.
Diego: Comecei a jogar video games aos cinco anos de idade. Meu primeiro console foi um daqueles CCE com um zilhão de jogos da Atari na memória. Meus jogos favoritos são Castlevania Symphony of the Night, Quackshot, Kingdom Hearts 2.
Diogo: Tenho um amor incondicional por The Legend of Zelda: Majora’s Mask.
Pingback: 20 novidades que mexeram com a cena brasileira de games – 11/01/2015 | Geração Gamer