Opinião

O jornalismo brasileiro de games precisa falar mais sobre o Brasil

Texto originalmente escrito para o site Wii Are Nerds.

No dia 16 de abril de 2013 eu iniciei minha coluna Geração Gamer no site TechTudo, no portal Globo.com. Acabou no ano seguinte. Meu compromisso com aqueles textos semanais: Trazer, pelo menos, uma entrevista com desenvolvedores, músicos, artistas, fãs e gamers que contribuem para a construção da cena de jogos eletrônicos no Brasil. Não sei se consegui depoimentos interessantes sempre, e nem se meu texto transmitiu a importância deste tipo de cobertura local, mas foi a minha tentativa de contribuir para descobrir novos talentos em nosso país. Hoje prossigo com os mesmos valores neste site.

revistas

Eu leio sobre videogames desde 1994, ou 1995, não me lembro direito. Aprendi sobre jogos com a revista Ação Games, da editora Azul, um braço da editora Abril. Acompanhando o mascote Frango e toda a galera da redação, lia e aproveitava todos os detonados de jogos, além dos pôsteres e das resenhas escritas pelos jornalistas da época.

Da Ação Games para a Nintendo World, foi apenas um pulo. Da Nintendo World para os sites da internet como a GameFaqs e a IGN, foi necessário apenas outro pulo.

Jogo videogames desde 91, quando pude mexer com um Mario em meu Phantom System.

Aquele jornalismo daquelas revistinhas morreu e não existe mais da mesma forma. Ainda há revistas assim na banca, mas grande parte de seus conteúdos se encontram gratuitos na internet, seja em forma de texto ou mesmo em vídeos muito bem elaborados.

Mas há uma característica comum no jornalismo brasileiro de games: Pouco se fala sobre os jogos produzidos no Brasil. Pouco se fala nas pessoas que buscam criar games por aqui. A cobertura de jogos em nosso país ainda é uma cozinha, ou apenas traduções, dos principais lançamentos globais, em sua grande maioria.

A coluna Geração Gamer surgiu para mudar um pouco este cenário que vivemos hoje no jornalismo.

É importante saber sobre os lançamentos do PlayStation 4 na E3 2013? Claro que é. Mas tão importante quanto isso é saber, por exemplo, que um jogo brasileiro será levado para a feira internacional da E3. E esta informação você pode conferir na minha coluna.

Geração Gamer não nasceu originalmente como uma coluna em um site de tecnologia. Surgiu em 2009, com a minha ideia de fazer um TCC sobre o game Metal Gear Solid na Faculdade Cásper Líbero. O trabalho não foi pra frente, mas o professor Luís Mauro Sá Martino sugeriu que eu contasse a história dos games em um livro, com o depoimentos dos jogadores narrando a história.

A ideia evoluiu graças à ajuda de Thiago Dias, Rodrigo Ribeiro e Alexandre Facciolla. Foi dessa forma que Geração Gamer se transformou em um livro de relatos com cerca de 100 depoimentos, dos 150 coletados, no final de 2010. O TCC passou com 9,5 na banca de avaliação da Cásper. Desde então, tentamos, sem êxito, publicá-lo com editoras diferentes.

Somente em 2013 eu resolvi reaproveitar o formato do livro para criar uma coluna de entrevistas no site TechTudo, que eu participei desde o começo na Globo.com. A ideia foi aceita pelos editores, mas não utilizei nenhuma das entrevistas que fiz entre 2009, 2010 e 2011.

Agora, o site Geração Gamer pretende criar conteúdos novos na internet, através de depoimentos de brasileiros que ajudam a criar games no Brasil.

Acredito que é isso que o jornalismo brasileiro de games mais precisa hoje. Ao invés de lançamentos e detonados de jogos internacionais, precisamos falar mais sobre o Brasil em si.

Acompanhe Geração Gamer no Facebook e no Twitter.

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Um comentário sobre “O jornalismo brasileiro de games precisa falar mais sobre o Brasil

  1. Pingback: Ideias em Jogo: Como foi a edição #9 – Jornalismo para Jogos | União Cearense de Gamers

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