O diretor de criação brasileiro Orlando Fonseca Jr., do IMGNATION Studios de Santa Maria, fez uma homagem hoje ao personagem Chaves, interpretado pelo ator Roberto Gómez Bolaños. O desenvolvedor fez o personagem em um desenho tipo pixel art. Bolaños tinha 85 anos e morreu às 14h30 desta sexta-feira (28) por causas ainda desconhecidas. Sua saúde física era frágil e ele estava de cama.

Bolaños nasceu na Cidade do México em 21 de fevereiro de 1929. Ele estudou engenharia, mas sem exercer a profissão. Praticou boxe e era um fanático torcedor do clube de futebol América. Começou sua carreira profissional na publicidade, na área de roteiros.

Casou-se pela primeira vez com a escritora Graciela Fernández, com quem teve seis filhos. Só em 2004 oficializaria seu casamento com a atriz Florinda Meza, a Dona Florinda. Ganhou o apelido de Chesperito do diretor de cinema Agustín P. Delgado por causa do 1,60 de altura. Esse nome veio do dramaturgo William Shakespeare, cujo diminutivo em espanhol era “Chespirito”. Há alguns anos, ele se mudou para Cancún, no México.

Roberto Bolaños se tornou um gigante do humor em 1970 com “Chespirito”, “Chapolin” e “Chaves”. A partir de 1973, quase todos os países da América Latina tinha na programação de TV episódios dos programas. O SBT de Silvio Santos transformou as duas últimas séries em fenômenos no Brasil.

No começo da década de 1990, Bolaños decidiu aposentar “Chaves” e “Chapolin” e resolveu apostar em “Los Caquitos”, em que interpretava o ladrão Chómpiras, que ganhou no Brasil o nome de Chaveco. A série “Os Simpsons” homenageou Roberto Bolaños com o personagem Pedro Chespirito, que aparece sempre vestido de abelha e fala frases em espanhol.

Distante da televisão, Bolaños explorou a sua veia literária com um livro de poemas e uma autobiografia, “Sem Querer Querendo”. Em outro de seus livros, “O Diário de Chaves”, revela alguns dos mistérios da série. Ele conta, por exemplo, que Chaves não morava dentro de um barril, mas no apartamento número oito, e que o recipiente era apenas para se esconder quando estava triste ou era perseguido.

Apesar de ter vivido como amante de Florinda por 27 anos, os valores de Bolaños eram conservadores. Inclusive, chegou a participar de uma campanha contra a legalização do aborto na Cidade do México. Nunca escondeu suas convicções políticas e apoiou a campanha do conservador Vicente Fox, cuja eleição em 2000 rompeu com mais de 70 anos de governo do Partido da Revolução Institucional.

Apaixonado por futebol, Bolaños chegou a se encontrar com o astro argentino Diego Maradona, o que é uma ironia com o sucesso de seus personagens no Brasil.

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