Opinião

Renato Degiovani, o primeiro desenvolvedor do Brasil, comenta sobre dificuldades do mercado

Por Renato Degiovani, que desenvolve games brasileiros desde 1981, em seu Facebook.

Renato Degiovani está à esquerda, com cabelos brancos. Foto: Reprodução/Sertão Games

Renato Degiovani está à esquerda, com cabelos brancos. Foto: Reprodução/Sertão Games

Por que a gente nunca decola de fato?

Quem possui algum tempo de percurso no mercado produtor de jogos eletrônicos – e nem precisa ser muitos anos – já deve perceber que periodicamente canta-se aos quatro ventos que a produção nacional “agora vai decolar”. Geralmente por conta de algum lançamento significativo.

O que causa esse tipo de sentimento seria, na opinião de alguns, a falta de um ou mais exemplos de sucesso verde e amarelo para de fato estabelecer o ano do começo. Na verdade o que falta mesmo é continuidade porque, em termos de resultados, a diversidade por aqui é tanta que dá pra dizer que já passamos por quase tudo. Só falta ainda aquela franquia de sucesso mundial incontestável.

Então por que razão o mercado produtor BR não acontece aos olhos de quem está de fora ou apenas margeando-o?

A razão é bem simples: Porque não olhamos para ele com atenção suficiente para perceber as suas principais características. Produzir jogos no Brasil é, e sempre foi, uma tarefa árdua e significa pisar em solo árido o tempo todo. Ainda mais se o incauto colocar na equação a criação de uma empresa. Como se não bastasse um desafio gigante – fazer o jogo e fazer sucesso com ele -, tem-se essa ideia de que uma empresa deve fazer parte do pacote. É desafio demais para times pequenos e principalmente para a pouca experiência e maturidade dos que se arriscam de tempos em tempos.

Na empolgação de conquistarmos nosso lugar ao sol, estamos dando mais atenção a resultados de caráter institucional. Eles serão esquecidos daqui a pouco como tantos já foram. Não olhamos a verdadeira medida do sucesso: Retorno financeiro num tamanho que permita ir adiante até o segundo sucesso, terceiro e assim por diante – como é em qualquer lugar do planeta.

Cada grupo ou mesmo desenvolvedor solitário que tenta, fracassa e desiste deixa de dar ao mercado produtor em geral um feedback importantíssimo. Principalmente quando não se dá o devido valor a isso.

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2 comentários sobre “Renato Degiovani, o primeiro desenvolvedor do Brasil, comenta sobre dificuldades do mercado

  1. nos ultimos anos ja temos empresas vivendo de games no Brasil. Eu tenho uma assessoria de imprensa especializada neles e acompanho o setor ha 18 anos. De 4 anos pra ca o mercado esta aquecido e temos aumentado a exportaçao. Claro que ainda nao chegamos perto de mercados mais desenvolvidos, mas estamos caminhando. Nao percam o interesse e a esperança. Eu espero trabalhar pra voces em breve!

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  2. Pingback: 10 novidades que mexeram com a cena brasileira de games – 28/06/2015 | Geração Gamer

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